No passado dia 25 de Julho anunciámos uma novidade que supunha uma grande mudança nas políticas da Disney. Esta falava do alegado anúncio de uma princesa lésbica para 2018. Hoje confirmamos tristemente que
a notícia é falsa e que, de momento, não houve ainda nenhum comunicado oficial por parte de nenhum elemento da grande produtora sobre este tema, tratando-se apenas de rumores. Até à data, Disney não terá nenhuma princesa com esta orientação.
Foto: Disney
Assumimos o nosso erro
A par de outros meios de comunicação social, a Zankyou acabou por cair no erro de publicar uma notícia baseada em informações falsas. Por isso, boa parte do conteúdo da notícia não corresponde à realidade,
pelo que assumimos o nosso erro, prometendo continuar a alimentar o nosso portal com o rigor e profissionalismo.
De qualquer forma, há muito a dizer sobre este tema.
Disney como reflexo da sociedade
Apesar do erro, é bom esclarecer que, tal como dissemos,
Disney é uma importante referência a nível planetário, que nos ajuda a entender como está o mundo, embora até há uns anos atrás (talvez até à chegada da
Pixar) nos tenha habituado a mostrar uma
realidade um tanto ou quanto distorcida, sobretudo nas suas mais clássicas histórias de amor. Após verificarmos a falsidade da notícia, acabamos por chegar à conclusão que a sociedade, que começam a assumir a realidade de um mundo em mudança e de múltiplas opções, ainda tem muito a aprender. Por isso, a chegada desta princesa lésbica
teria sido um passo importante, embora de momento apenas possamos esperar que os rumores, nalgum momento, se tornem realidade.
Um novo conceito de mulher
Apesar desta má notícia, há mudanças dentro da Disney que se evidenciam como um sopro de ar fresco e que começa a mostrar a realidade tal como ela é, apesar de muitos continuarem a negá-la. Antes, e de acordo com os clássicos filmes das princesas Disney, as meninas viviam por e para o amor, sendo a sua única pretensão na vida encontrar o homem perfeito. Por sua vez, a maioria destas jovens, e apesar de se demonstrarem valentes e lutadoras em determinadas situações, no final da sua história
acabavam sempre de alguma forma submissas, apesar de tudo se adornar com luzes coloridas. Até Nala, do filme Rei Leão, vivia numa manada liderada por um homem! Assim, pois, levanta-se a pergunta óbvia:
porque é que as raparigas só podem ser felizes sendo princesas? Sim, porque nestes clássicos as mulheres trabalhadoras acabavam até por ser enquadradas num âmbito negativo, como na Cinderela, e o caminho correcto de uma mulher seria sempre ser esposa de um príncipe e viver a vida sem fazer nada de útil.
Foto Disney
Foto Disney
Desde já algum tempo, personagens como
Mulan, Merida (Brave) ou Vaiana revolucionaram o estereotipo e mudaram a dinâmica dos filmes da Disney. Agora, as mulheres são muito mais que personagens estereotipadas e delicadas, tendo
capacidade para tomar as suas próprias decisões. Desta forma, assistimos a um desfile de
mulheres reais, que não se deixam levar por tudo o que a sociedade determinou que seria o correcto. E nem a notícia falsa pode negar esta evidente mudança.
Cinderela/Merida: Foto: Cinderela e Brave
Mudanças que vão ainda mais além
Estas mudanças também se observaram em filmes de acção real, onde, no caso do recente
A Bela e o Monstro, é possível apreciar muitos detalhes a favor da mulher (a presença de
Emma Watson contribuiu muito para isso), para além de encontrarmos um
personagem claramente homossexual, LeFou, que no filme de animação não actuava como tal. Por isso, e embora o aparecimento de uma
princesa lésbica tivesse aberto uma realidade há muitos anos oculta entre preconceitos, a Disney está no bom caminho.
Enquanto isso, a
comunidade LGBTI+ há anos que exerce pressão. Com efeito, a comunidade tem vindo a exigir a presença de
novos tipos de família nos filmes da gigante produtora, assim como
personagens que não sejam de orientação heterossexual. Ao fim ao cabo, a sociedade evoluiu e os núcleos familiares têm encontrado novas alternativas, pelo que, através dos filmes, as crianças teriam assim a possibilidade de aprender mais depressa a descobrir a realidade e, assim, se tornarem mais tolerantes (e até a identificarem-se com eles, no caso de estarem inseridas nestas famílias).
LeFou. Foto: La Bella y la Bestia
O que se passa com Elsa?
Elsa, protagonista de
Frozen, é a primeira personagem principal da história da Disney que não acaba com um homem. E nem com uma mulher. Talvez por isso se tenha vindo a especular muito sobre a sua orientação sexual, que para muitos será homossexual. A mexicana activista e feminista,
Alexis Isabel lMoncada, por exemplo, lançou no
Twitter a hastag
#GiveElsaAGirlfriend, a propósito da segunda parte deste estrondoso sucesso da Disney, que está prevista para 2018. Por seu turno, o tema
Let It Go, canção principal do filme, também se converteu num
hino para a comunidade que defende o amor livre.
Por isso, e apesar das recentes informações, nada nos impede de pensar que, no final, Elsa possa ser essa princesa. E seja como for, Elsa, enquanto principal referência de um reino e possível protagonista homossexual, já rompeu muitas barreiras.
Elsa. Foto: Frozen
Continuamos à espera de tudo o que está para vir em 2018. E entretanto continuamos a pensar na ideia da
inclusão de novos tipos de amor em todos os géneros de produção fictícios para que, algum dia, deixem de ser notícia.
Se gostou deste post, leia também
Uma fotografia que resume 25 anos de amor verdadeiro e 8 casais homossexuais famosos que são um verdadeiro orgulho
Comentários ()
Dê-nos a sua opinião