Nada é perfeito. Quantas vezes ouviu esta frase feita? Muitas, claro. E por um bom motivo: porque reflete a realidade. Os momentos de discórdia e de tensão existem em todos as relações e em todos os casamentos. Sociólogos e psicólogos referem que é até saudável que assim seja. Mas alertam, há uma atitude proibida: a de desprezo.
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Quem o diz é John Gottman, psicólogo na Universidade de Washington e fundador do Gottman Institute. E chama a esta atitude de desprezo o ‘beijo da morte’. Nas discussões tendemos a querer expor o nosso ponto de vista independentemente do ponto de vista da outra pessoa. Tendemos a não dar espaço para ouvir os argumentos contrários, quase desprezando a importância de uma opinião que não coincida com a nossa. Se der por si a pensar «mas porque é que este idiota não vê que é muito mais simples fazer isto da forma que estou a sugerir?», pare e respire. John Gottman alerta que este pensamento é sinal de que se sente superior ao seu parceiro e que não o sente como seu igual. E isso é, definitivamente, má política.
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A opinião de Gottman é corroborada pelo psicólogo Robert Levenson. Este, aliás, estipula que se esta for a atitude padrão num casamento a probabilidade de divórcio é de 93%. O número é o resultado de um estudo conduzido ao longo de 14 anos com cerca de 80 casais. Mas há mais estudos a validar as afirmações de Gottman.
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Agora que sabe isto, entre com um espírito de humildade nas discussões que estão por vir. E elas chegarão. Prepare-se já para aceitar que este seu compromisso rumo a uma vida a dois está cheio de pequenos outros compromissos. E lembre-se que as discussões não têm de ser necessariamente negativas. Tudo depende da sua atitude. Para já, eis as seis razões de maior discórdia na altura de começar a planear o casamento.
1. A data do casamento
Você quer verão. Ele quer primavera. Ou vice-versa. Para si é mais fácil tirar férias em julho. Ele só consegue férias em setembro. A logística de marcar a data do casamento não é a tão fácil quanto isso. Muitas vezes temos limitações que são impostas pelos nossos compromissos com o trabalho ou com a família. Há que garantir que as circunstâncias são convenientes para ambos, de modo a reduzir a pressão que existe em toda a organização do casamento.
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2. O número de convidados
Você tem uma família grande, cheia de tias e primos (em primeiro, segundo e terceiro grau) e quer tê-los todos consigo no grande dia. Ele tem uma família pequena e preferiria uma cerimónia intimista. Ou vice-versa. Eis aqui outro momento em que será preciso fazer compromissos para acertar agulhas. A forma mais simples é o meio termo entre o seu número ideal e o dele!
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3. O orçamento
Para algumas mulheres, o dia do casamento é o realizar de um sonho de menina. E por isso podem estar inclinadas a gastar mais. Muitas vezes isso pode ser um problema. Estabelecer um orçamento de milhares de euros para um casamento pode representar um motivo de discórdia. A sua cara-metade pode preferir investir parte do orçamento para a entrada de uma casa, para a lua-de-mel ou simplesmente para uma conta poupança. É tudo uma questão de prioridades. E nem sempre as suas têm de coincidir em 100% com as da pessoa que escolheu para partilhar a sua vida. O importante é que ambos queiram chegar a um compromisso. De igual para igual, claro.
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4. A lua de mel
É ‘a’ viagem! Representa um investimento generoso e por isso é a viagem de sonho para ambos. Mas imagine que a sua viagem de sonho é uma semana no México e a da sua cara-metade é uma semana de descoberta um pouco por toda a Ásia? Imagine que você quer uma semana de paz numa cabana de luxo numa praia de areias brancas e água tépida mas a sua cara-metade prefere percorrer meio mundo com uma mochila às costas? Ou vice-versa…
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5. A lista de registo
Em que lojas vai estar a sua lista de registo? O que será importante que vos ofereçam? Mais uma vez, os dois podem não concordar nas prioridades. O importante é que cheguem a uma lista em que as coisas mais importantes para ambos tenham espaço. Mas para melhor resultados, só mesmo as listas online da Zankyou, que garantem que fica com o dinheiro dos presentes na sua conta bancária, para lhe dar o melhor uso possível. E sem a chatice dos cheques.
6. O tipo de cerimónia
Esta questão coloca-se sobretudo em casais com religiões diferentes e consequentemente com rituais diferentes para a realização de um casamento. Se você for católica e ele for judeu, por exemplo. Ou se você for ateia e ele for católico. Deverá ele abdicar de um casamento pela igreja porque você não se sente confortável com essa situação? Ou deverá insistir num casamento pela igreja sabendo o que você sente em relação a isso?
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As perguntas serão com certeza levantadas, mas cada casal terá a sua resposta. Todas são válidas. A chave está numa discussão saudável. Lembre-se do truque: entre nas discussões de igual para igual e entre nas discussões para chegar a um consenso (não para provar que tem razão). Assim se ama a dois!
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