No dia do casamento há lugar para evocar memórias e gerar outras novas. Há lugar para a emoção, para os atropelos nas frases e os sentimentos ao rubro. É um momento propício ao convívio, ao incitar de conversas e à criação de laços que, quem sabe, se vêm mais tarde a estreitar. E há também palavras que, quer se pronunciem quer não, aparecem sempre no meio de todo o outro palavreado. Quer saber quais são?
Momento Cativo
Conselhos
Estão lá sempre. Quer sejam bons ou maus, dirigidos aos noivo ou aos convidados. Os mais velhos parecem ter vivido várias guerras e uns quantos Apocalipses, pelo que vão aproveitar este momento para brindar todos os outros presentes com os seus sábios conselhos, evitando assim que os outros cometam os seus erros (ou levando-os a seguir como exemplo a sua boa conduta de vida). E apesar de muitas vezes serem conselhos sábios ou até mesmo práticos, no dia do casamento provavelmente não vão ser muito consistentes ou oportunos...
Lágrimas
Começam no dia em que aceita ou se propõe casar com o seu parceiro ou parceira. A partir daí vão surgir em diferentes rajadas até ao dia D, onde acontecerá o verdadeiro cataclismo. Ligadas directamente à emoção, há momentos em que as lágrimas se transformam em desespero (ai, se chover no dia do meu casamento eu torno-me freira!), dúvidas (será que estou mesmo a dar o passo certo? Tulipas ou peónias?), raiva (porque é que este maldito vestido não me entra?!) e impotência (porque é que eu não tenho mais dinheiro para me casar na praia?).
A emoção, como já dissemos, será a nota dominante, sobretudo desde o primeiro minuto do grande dia. E mais: essas lágrimas vão repetir-se equitativamente entre a maioria das convidadas femininas - e também entre alguns homens que deixam de lado preconceitos, sobretudo os pais que "perdem" as suas pequenas.
Pouco
Por muito que tente que seja o contrário, alguma coisa no seu casamento será pouco (para os seus convidados). Se não são os aperitivos do cocktail, será algo nos pratos principais ou na variedade dos vinhos brancos. Também ouvirá queixas pela ausência de grandes estrelas no bar aberto ou de qualquer licor ou mistura que obrigue alguém a dizer que "o bar aberto foi fraco". O tempo, por outro lado, também é pouco para muitos, sobretudo se afecta a "arte" de beber...
Sorrisos
Há de todo o tipo e também começam a surgir desde o pedido de casamento. Desde os sorrisos impossíveis de conter, que acontecem sem avisar e que vêm acompanhados de algum gritinho absurdo e encantador, até aos sorrisos de felicidade plena, que representam a sensação de estar nas nuvens, e que estarão presentes quer durante o dia de casamento, quer nos preparativos, nomeadamente na escolha de algumas coisas com potencial emocionante. Também haverão sorrisos forçados, sobretudo quando o vestido de noiva é um disparate completo, ou quando alguém que não gosta muito a cumprimenta ou, ainda, quando pretende fingir felicidade numa situação que, para si, lhe é totalmente indiferente.
Bonita
Nos casamentos heterossexuais, a rapariga leva todos os elogios. "Está muito bonita" ou "Estava muito bonita", diz-se no dia ou passado algum tempo. O noivo...bem, não interessa. Digamos que existe. Que esta lá. E a frase, para ela, repete-se durante todo o dia, apesar de alguns convidados se limitarem a dizê-lo só porque "fica bem". As opiniões são quase sempre diversas e muitos falam sobre o assunto, mas a palavra "bonita" estará sempre pelo meio.
Vergonha
Muito habitual quando o casamento é muito heterogéneo, isto é, quando se misturam pessoas com bom gosto e um punhado de "pirosos". Entre os vestidos com classe, elegância e discrição, fará certamente a sua aparição um exército de cores berrantes, nas quais temos de evitar pousar os olhos, não se vão eles perder.
E também o senhor que grita demais, que põe a gravata na cabeça e que insiste em cortar a gravata ao noivo, ao mesmo tempo que bebe vinho e imperiais como se não houvesse amanhã. Todas estas pessoas fazem com que a palavra "vergonha" seja quase presença obrigatória em qualquer casamento, sendo que sem eles - na verdade - nenhum deles seriam os mesmos!
Copos
No plural. Os amigos dos noivos vão para o casamento ansiosos pelo bar aberto porque, na ausência de pais e familiares, podem beber sem moderação (e a outros é-lhes indiferente se há pais, primos ou filhos). Assim, a palavra "copos" aparece como se fosse um prémio, um troféu, que se enche até cima de vinho. Para outras pessoas, que normalmente bebem, também é um bom momento para socializar com um copo na mão. E sim, as pessoas que têm fama de abusar vão ter o proveito, pois nesse dia (e noite) não irão certamente falhar.
Dor
Se vai estrear uns sapatos, seja homem, mulher ou um chihuahua, vão-lhe doer os pés. Lembre-se que vai estar horas e horas com eles calçados, pelo que se deve resignar e sofrer em silêncio (não o fará, e por isso irá utilizar esta palavra). Para além disso, há vestidos que são uma verdadeira tortura e que vão magoá-la de alguma forma ou, simplesmente, incomodá-la terrivelmente. E a incomodidade também dói.
Calor
Mesmo que esteja a acontecer uma verdadeira tempestade de neve do lado de fora da tenda, e quer sejam homens ou mulheres, os convidados de um casamento vão ter sempre calor. Eles, que devem manter a compostura com o casaco do fato em boa parte do dia, provavelmente vão andar com as costas encharcadas. Elas irão sofrer se optarem por vestidos compridos ou se insistirem em usar a écharpe para não estragar a toilette, mas que provoca imenso calor.
Todos os casamentos têm características em comum. Independentemente do estilo, dos noivos ou da época do ano, o panorama não será muito diferente deste. Quer apostar?
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