As preparações para o grande dia podem ser tão entusiasmantes como enervantes, com tantas coisas para fazer e tantas decisões para tomar. Entre muitos assuntos que devem ser abordados, há um importante passo que o casal deve dar antes de iniciar a vida a dois e que ninguém adora propriamente: falar sobre dinheiro.
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Sendo um dos principais motivos para o divórcio, não deixe o tempo passar sem tocar nesse assunto com a sua cara-metade. Mas como começar esta conversa? E que questões abordar sem causar situações desconfortáveis ou até discussões?
1. Saiba abordar o assunto
Em primeiro lugar, sendo este um tema delicado, há que saber fazer a abordagem adequada. Iniciar uma conversa sobre dinheiro, colocando questões ao outro sobre eventuais gastos, poupanças e objetivos em comum, pode parecer demasiado inquisidor e afetar a confiança do casal.
Para casais que sejam frontais e pragmáticos, a melhor forma é ir directamente ao assunto. Explique que acha necessário que discutam algumas questões financeiras e pergunte quando é que será possível fazerem-no. Esta é uma estratégia bastante útil sobretudo para evitar que algumas questões incomodativas se acumulem e criem mau ambiente.
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Se, por outro lado, prefere uma abordagem mais suave, existem alternativas. As pessoas costumam sentir-se mais à vontade a analisar as decisões de terceiros sobre as suas próprias. Por isso, uma forma de começar a conversa é introduzir a situação financeira de alguém conhecido e questionar o(a) seu(sua) parceiro(a) sobre a sua opinião. Pode, por exemplo, referir que aquele casal amigo está a fazer uma conta-poupança para uma viagem até à Ásia e lançar a questão sobre se a ideia seria ou não interessante para vocês os dois.
Poderá também colocar uma situação hipotética: “Se tivesses 50 mil euros, o que é que fazias?”. Esta simples questão lançará o mote para discutirem não só sonhos, como também prioridades financeiras.
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2. Esclareça quais são as suas despesas mensais
Seja transparente no que diz respeito às suas despesas mensais. Este é um exercício que deverá ser feito por ambas as partes. Quais são os gastos pessoais dos quais não quer abdicar? E quais são aqueles que pode reduzir ou até eliminar, com vista a aumentar o volume de poupança mensal para um objectivo a dois?
3. Conta separada ou conjunta?
Esta é uma decisão muito pessoal e que depende da preferência do casal. Acha que é mais fácil organizar-se com duas contas separadas? Ou, por outro lado, prefere que ambos tenham todos os gastos debaixo de olho com uma conta conjunta?
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4. Esforce-se por limpar o histórico de crédito
Para começar do zero, foque a sua atenção em limpar o seu historial de crédito, caso exista. A partir do momento em que se partilha a vida com alguém, boa parte dos planos passam a ser feitos a dois. Um crédito à habitação, por exemplo, só é concedido se tiver um historial de crédito limpo, para além de que assim será mais fácil obter propostas de taxas de juro mais baixas.
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Por isso, a prioridade deve ser a regularização de dívidas que possam existir. Se são dívidas que ainda levarão algum tempo a ser reembolsadas, porque não juntá-las todas numa só? Para perceber se esta é uma opção compensatória, poderá simular online e conhecer todas as ofertas de consolidação de crédito. Assim, poderá perceber quanto poderá poupar por mês no seu caso em concreto.
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5. Quais os objectivos financeiros em comum?
Procure clareza quanto àquilo em que ambos pretendem investir: uma viagem, a entrada para uma casa ou apenas um fundo de emergência, por exemplo. Apesar de parecer óbvio, este é um ponto que merece atenção, já que poderão achar que estão a caminhar no mesmo sentido quando, no fundo, um tem o sonho de investir num barco à vela enquanto o sonho do outro é uma casa no campo.
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Definido o projecto a dois, vem a segunda parte do processo: quanto dinheiro é que precisam de amealhar para alcançarem a meta que estabeleceram? Só depois é que vem a questão mais importante: quanto terão de colocar de parte por mês para atingirem o objectivo no tempo pretendido?
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Finalmente, para o tão esperado dia D, convém que siga algumas linhas orientadoras para conseguir respeitar o orçamento a que se propôs. Este será, afinal de contas, o derradeiro teste para que se habituem a gerir finanças em casal.
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