Cada pessoa é um mundo e
cada pai segue uma órbita distinta, sempre a apoiar o seu filho ou filha, o seu planeta predileto. O
Dia do Pai está quase a chegar, um desses dias únicos para o qual, há algum tempo atrás, recortávamos, pintávamos e moldávamos histórias com um único objetivo:
vê-lo sorrir. A propósito deste dia, recordamos os momentos
em que eles nos deram tudo.
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O primeiro momento de responsabilidade
A sua mãe estava muito cansada. Após um parto difícil, precisava de repousar e abstrair-se do mundo durante umas horas. E ali estava você,
com os olhos fixos nele, ele com os olhos fixos em si, sem saber muito bem o que fazer consigo. Estavam sozinhos. Tinha chegado a hora da verdade, a vez dele ser responsável.
Ao vê-la(o) começar a chorar, pega em si como pode. Ao contrário das mães, que parecem nascer ligadas aos seus pequenos, os pais necessitam de
uma aprendizagem que se inicia nesse momento, entre as paredes brancas, o odor a hospital e o mobiliário despido. Ali, em território neutro, ele pega-a(o) ao colo, embala-a(o), procura acalmá-la(o); você, satisfeita(o),
agarra-lhe o polegar, que lhe parece tão grande como um braço. Nesse momento, deu de presente ao seu pai um momento único e indescritível. A partir daí, ele
estará SEMPRE lá.
Foto via Shutterstock: emin kuliyev
Primeiro dia de escola
Que difícil é a escola: os miúdos que não conhece, as pequenas obrigações, a comida que não lhe é familiar... Mas ele está ali consigo, antes da campainha tocar. Você
aperta-lhe a mão com força, quase
até deixar marca. Apesar de ele não ter nenhuma capa, para si ele
é um super-herói; não sofreu com o seu aperto, mas percebeu a sua inquietação: "Não te preocupes, vai correr tudo bem. Tu és especial e todos vão ver isso. Tu tens uma estrelinha! Vamos. Vai ser incrível. Vai correr tudo bem", diz. E é verdade. Super-herói ou não, o seu poder é
ser positivo e oferecer segurança. Depois desse momento, você sente-se
preparada(o) para enfrentar o mundo, seja na escola, na secundária ou, mais tarde, na universidade.
A bicicleta estragada
Uma encosta complicada, uma colisão e
CATRAPUM! A queda não foi ligeira: o seu joelho está esfolado, a correia rebentou e uma das rodinhas saltou. Ele,
que arranja tudo, desde um brinquedo até uma prateleira,
está ali para salvá-la(o), com a sua série de chaves inglesas. A sua mãe junta-se ao cenário, com mercúrio e gazes para curar-lhe a ferida; ele, que até se diverte a sujar-se de graxa, deixa a bicicleta como nova e pronta para outras quedas.
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Aquele teste ou trabalho difícil
A sua mãe, que ajudava-a(o) sempre com os trabalhos de casa, dia sim dia sim, estava ocupada. Mas você precisava mesmo que a(o) ajudassem com aquelas raízes quadradas tão complicadas. Felizmente, o seu pai, que tinha acabado de chegar do trabalho,
arregaçou as mangas e deu início à sua missão especial. A verdade é que, sempre que precisou urgentemente de ajuda, seja para os trabalhos manuais ou para as lições de História, ele estava ali para alternar com a sua mãe, sempre que fizesse falta. E empenhava-se como se o mundo dependesse disso. E
com a segurança que lhe transmitia, no dia seguinte, nas aulas, você arrasava.
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Primeira conversa séria
Tinha 15 anos. A acne cobria-lhe o rosto e algumas partes da sua cara estavam desproporcionadas. A sua autoestima balançava entre a plenitude e a queda livre. O seu comportamento mudava de meia em meia hora, os seus gostos eram atrevidos e o mau humor era a bandeira que erguia em todas as cruzadas contra os seus pais. Ele, que possivelmente já tinha aguentado muitas guerras,
quis falar consigo. Dá-lhe alguma liberdade, pois não estava num campo de concentração,
mas aconselha-o sobre determinadas amizades, já que em relação a algumas não intui um bom futuro;
dá-lhe conselhos da vida social, apesar de você achar que ele não faz a menor ideia; e procura guiá-la(o) no caminho para a
sensatez e a bondade. Também salienta o especial que é.
E até hoje você recorda vezes sem conta esta conversa, tenha ela sido necessária ou não.
Foto vía Shutterstock: Potstock
Expectativas em relação à educação
A sua mãe sempre a(o) considerou
perfeita(o), pois sempre foi mais compreensiva em quase tudo. Por isso, quando decidiu não ir para a Universidade, ou escolher um curso em detrimento de outro, o
seu pai foi quem mais se intrometeu na sua decisão. Mas, de alguma forma, acabou por comportar-se como um autêntico pai,
oferecendo os seus conselhos sem desprezar a sua opinião. Pouco a pouco, começou a compreender que o seu único objetivo era a
felicidade e que só você tinha a chave. "Confio em ti", atreveu-se a dizer, depois de soltar as típicas bravatas de pai; respirou e percebeu que "
tudo iria correr bem". E quem sabe se
esta conversa a(o) fez sair da sua bolha e
fazê-la(o) ver a realidade. É que, aos 18 anos, ainda temos a cabeça nas nuvens e ele é a melhor pessoa para nos fazer descer à terra, sempre com moderação e carinho.
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Primeira viagem a sério
Ambições e espírito aventureiro...Soa-lhe a algo familiar? Faziam parte da sua filosofia aos 20 anos, quando queria colocar a mochila às costas para
viajar pelo mundo com os seus amigos. O seu pai advertiu-a(o) logo "
onde é que vais arranjar dinheiro para isso?", porque é extremamente precavido; também lhe transmitiu as melhores formas para
evitar o perigo; partilhou
as melhores técnicas de organização de uma mochila, pois sempre acreditou que tinha um pouco de MacGyver (da mala encarrega-se a sua mãe); disse-lhe como consultar mapas, seguir indicações, perguntar e, sobretudo, aconselhou a
chegar aos locais com muita antecedência. (A sua mãe encarregou-se dos medicamentos, dos documentos e outras histórias). Apesar de, naquele momento, a(o) irritar o excesso de informação que o seu pai lhe estava a dar, a verdade é que
os seus conselhos acabaram por funcionar. Inclusivamente deu-lhe muito jeito aquela lanterna que ele a(o) obrigou a meter no bolso secreto da sua mochila. "Para quê uma lanterna, papá? Não vou viajar para uma caverna", perguntava indignada(o). "Nunca se sabe", sentenciou.
E tinha razão.
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"O que queres fazer da tua vida?"
Já com uma certa idade e nada de encontrar emprego. Esta frase seria o que diriam os pais de há uns anos atrás, quando os filhos pareciam viajar pela vida sem rumo. Hoje os tempos mudaram e o seu
pai é mais consciente da realidade e só quer saber o que está a pensar fazer. Aceita as suas decisões, apesar de poderem implicar dar tombos durante um ano à procura do seu lugar no mundo, e oferece-lhe ajuda como pode, sem a(o) estragar com mimos. O seu pai quer que caminhe por você mesma(o), embora acabe por aconselhá-la(o) e dá-lhe umas ajudinhas para começar a encarrilar a sua vida. Ele
só quer que amadureça, mesmo sabendo que ele e a sua mãe estarão sempre ali.
Antes do casamento
Aquele
super-herói que a publicidade tantas vezes nos vendeu é real e está ali, a preparar-se para o seu casamento. O fato provavelmente ficava-lhe melhor há vinte anos atrás, mas continua a ser um
dandy, um
James Bond aposentado com licença para exercer. Dá-lhe a mão e caminham juntos em direção a
um novo horizonte, onde ele, indubitavelmente, também estará.
Porque está sempre.
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Os anos passam, mas gostamos sempre de regressar às nossas memórias, principalmente no dia
19 de Março!
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