Crise dos sete anos: mito ou realidade?

A teoria da crise dos sete anos é uma espécie de “bicho-papão” que assusta muitas noivas. Haverá razão para isso?

A teoria da crise dos sete anos é uma espécie de “bicho-papão” que assusta muitas noivas e noivos na altura que estão a decidir o início de uma vida comum! Haverá razão para isso?

Muito já se disse e se escreveu sobre as relações. Sabia, por exemplo, que um estudo da Universidade de Pavia em Itália chegou à conclusão que a paixão só dura um ano? Outros especialistas e cientistas também já vieram a público falar sobre o assunto e mantêm a opinião que a paixão tem, de facto, data de validade, mas são dois anos! E muitos dizem também concordar com a existência efetiva da crise dos 7 anos. Mas será este número um número infalível?

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Crise dos 7 anos: mito? Foto: CandyBox via Shutterstock

Uns chamam-lhe a fase do desencanto, outros defendem que é passado estes anos todos que as verdadeiras personalidades dos casais se revelam e ainda há quem atribua a “culpa” da crise dos 7 anos ao puro “esfriamento” da relação sexual. Não há dados científicos que suportem qualquer uma das teorias, mas a verdade é que há dados que comprovam que, de facto, muitos casais não sobrevivem para lá dos 7 anos de relacionamento.

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Photo by Clem Onojeghuo on Unsplash

Estará isto relacionado com o simbolismo mítico que a nossa cultura atribui ao número sete, o chamado número da transformação (e são os 7 dias da semana, os 7 selos bíblicos, os 7 trabalhos de Hércules, as 7 cabeças de Hidra, as infinitas referências ao número 7 na Bíblia)? Certezas não existem, mas faz parte do comportamento humano querer racionalizar o que acontece. Nós precisamos dos nossos mitos. Mas é importante que compreendamos: são apenas mitos!

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Não há crise a que não possa sobreviver. Foto: SLcasamentos

Se há provas que muitos casais sucumbem à crise dos sete anos, muitas mais haverá de casais que lhe sobrevivem e que constituem família. O primeiro passo para escapar ao mito da crise dos 7 anos é aceitar que as crises fazem parte das relações, seja as crises de ciúmes tão frequentes no início da relação, as crises que surgem quando o casal começa a dividir o mesmo espaço ou as crises pontuais que acontecem quando um elemento ou os dois está a atravessar um período mais difícil na sua vida.

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Namore. Foto: SLcasamentos

O desencantamento existe? Sim, claro. Para dar espaço para que o reencantamento aconteça. A frieza revela-se? Também. As famosas borboletas no estômago não duram uma vida inteira porque, a pouco e pouco, a ansiedade que sentia face à relação quando esta estava no início transforma-se noutra coisa. E cumplicidade e confiança não dão espaço a ansiedades. E se está cientificamente provado que a paixão não durará mais que dois anos (às vezes quatro anos no caso das mulheres), está empiricamente provado que o amor prevalece. E dura. E dura. E dura.

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Lembre-se das boas memórias. Foto: Pedro Filipe Fotografia

O que muda nos casais que sentem a crise dos sete anos para os casais que passam por esse período sem que a relação sofra uma mossa? A atitude! Se um casal quiser genuinamente partilhar uma vida, não há crise dos 7 anos que o impeça! Até porque é a conversar que a gente se entende. Quem o diz é a psicóloga Cláudia Morais no seu blog A Psicóloga: “o sucesso de uma relação depende, sobretudo, do espírito com que as duas pessoas partem para a relação”.

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Crie novas recordações. Foto: Pedro Filipe Fotografia

No blog, a Cláudia tem muitos outros conselhos para lhe dar. Deixamos-lhe mais um: assumir que precisamos daquela pessoa para sermos felizes, que dependemos da estabilidade da relação amorosa para nos sentirmos plenamente seguros e confiantes, não é fraqueza. Não deve ser motivo de vergonha. Pelo contrário, quando somos capazes de expor essa vulnerabilidade, estamos a dizer 'és importante para mim”'– e isso cria conexão”.

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Celebre as bodas. Celebre cada ano como se fosse o primeiro. Photo by Jared Sluyter on Unsplash

E mais do que temer as crises dos sete anos, gostamos é de celebrar as bodas de casamento - as de bronze, as bodas de prata e as bodas de ouro. E gostamos mais ainda de celebrar os namoros que resultam em casamentos. E dos momentos em que as evasivas borboletas no estômago que sentia no início da relação regressam.

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