Quão importante é a independência numa relação? Os psicólogos partilham consigo!

Beatriz Valera abre-nos os olhos com um dos temas mais controversos de uma relação. E você? Considera-se dependente do seu parceiro/parceira?

Com o passar do tempo, algumas relações começam a tornar-se tóxicas e sufocantes. Neste tipo de situação, a dependência acaba por caracterizar as relações, nas quais a personalidade e individualidade se perdem para dar origem a uma só. A Psicóloga Beatriz Valera partilhou com a Zankyou o que os peritos em casais pensam sobre esta temática.

"Metade de uma laranja"

Apoiando-se no conceito "metade de uma laranja", Valera considera que "é importante saber que procurar a outra metade da laranja é um erro, pois, enquanto laranjas completas, devemos, igualmente, procurar outra laranja completa". Dando continuação a esta metáfora, uma laranja inteira que se relaciona com outra de natureza diferente irá dar origem a um cocktail muito mais enriquecedor e, consequentemente, completo. Por outras palavras, "uma relação composta por duas pessoas, seres totalmente independentes que não só devem como têm de se sentir completos no momento em que iniciam uma relação, para que esta seja saudável", afirma.

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Foto: Luis da Cruz Photography

As pessoas e as suas bolhas

Deste ponto de vista, as pessoas podem, também, ser consideradas bolhas. "Dentro destas residem as características próprias de cada ser humano, ou seja, os seus gostos, os seus valores, as suas crenças", partilha a psicóloga. Desta forma, as bolhas não devem sofrer alterações e permanecer intactas.

"A dependência produz-se quando uma das bolhas começa a tocar na outra, introduzindo-se na esfera do seu companheiro ou companheira. Desta forma, começa a deixar-se de lado determinados âmbitos da vida: o social, familiar, até mesmo, o pessoal, ao ponto de nos esquecermos de nós próprios", afirma.

Quando se chega a esta situação, anulam-se as liberdades e produzem-se elementos que destroem as relações ao poucos e poucos, sem que nos demos conta de tal. O desgaste é óbvio passado algum tempo, no entanto, começa como uma arma silenciosa que cria danos sem avisar. "A independência é tão positiva, como necessária para manter a liberdade e a integridade da bolha pessoal de cada um de nós", assegura a psicóloga. E partilha, ainda: "A privação da liberdade faz com que o ser humano, de uma forma geral, percepcione este facto como uma proibição."

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Foto: Node Studio - Wedding Photography

A busca por um equilíbrio

A independência apresenta uma importância vital numa relação para que esta se mantenha saudável. Contudo, estes conselhos não pretendem "minar" os benefícios em passar algum tempo em conjunto. De acordo com Beatriz Valera, "é necessário ter espaço para tudo, um tempo para o casal, para a família, um tempo para as relações sociais, para o prazer e cuidado pessoal. Se se verificar o contrário, podem surgir problemas e queixas por parte da outra pessoa".

Por esta razão, o equilíbrio deve ser a meta principal para assegurar a viabilidade de uma relação. "Quando a relação encontra o equilíbrio entre o desfrutar dos diferentes âmbitos que compõem a sua bolha e o aproveitar de momentos com o seu parceiro ou parceira, a relação torna-se, automaticamente, mais forte, ao mesmo tempo que aumenta a sensação de liberdade, a autoestima", comenta a profissional.

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Foto: The Framers

Estabelecer limites

É certo que estabelecer um controlo não leva a lado nenhum, evidenciando, até, um certo tipo de repressão. Contudo, também não é aconselhável exagerar e abusar da independência que temos. De facto, temos de contar com a pessoa que temos ao nosso lado. "A perda total dos limites dentro de uma relação tem algumas consequências que é difícil de mudar, se se acabaram por converter em hábitos.  No entanto, não é impossível. Algumas destas consequências são, por exemplo, o afastamento social, visto que deixam de fazer planos de forma independente, com amigos e família", explica.

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Foto: Node Studio - Wedding Photography

Consequências da dependência

Em caso de separação ou de divórcio, a dependência dificulta bastante a vida dos principais afetados com o fim da relação, que acabam por ser os mais dependentes da mesma. "Pode ser difícil seguir em frente, devido ao afastamento e à perda de todas as coisas que constituíam a bolha vital", partilha Valera.

Para terminar, a psicóloga dá-nos, ainda, um conselho: "o mais recomendável é ser sempre a sua própria laranja, tentando procurar outra pessoa que confira algo de novo à sua vida e que não a/o divida em dois; encontrar um equilíbrio entre o que até agora era a sua vida e a atual situação enquanto casal, mantendo uma comunicação entre os membros e liberdade em todos os sentidos e âmbitos".

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Foto: Nuno Lopes Photography

Na Zankyou, defendemos sempre a luta pelo bem comum enquanto as personalidades se mantêm independentes. No entanto, existem pontos em comum que devem cultivar-se, que se tornarão importantes na tomada de decisões importantes. As pessoas são únicas, mesmo quando têm uma relação e Beatriz Valera confirmou-nos isso mesmo!

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