Você já está de casamento marcado há alguns meses, mas há uma coisa que vos está a deixar em dúvida:
será que devem abrir uma conta bancária conjunta? A resposta não é assim tão linear, como possam pensar.
Cada caso é um caso e, claro, cada casal tem as suas particularidades, muito específicas.
Aconselhamos que, antes de tomarem qualquer decisão,
façam uma pesquisa sobre os prós e os contras de juntarem as vossas finanças e se analisem a vocês mesmos. Têm os mesmos objetivos? Um é gastador e o outro poupadinho? É imperativo que estejam de acordo com todas as decisões, caso contrário é melhor ficar cada um por si. Como tal, a resposta é “
depende”. Quem o diz é
Ric Edelman, presidente e CEO da
Edelman Financial Services e autor do livro
The Truth About Money.
"Existem alguns elementos fundamentais que todos os casais precisam de ter em conta antes de decidirem seguir esse caminho". sublinha. Ou seja,
uma conta conjunta pode ser uma boa opção, apenas se abraçarem estes três requisitos:
1. Falarem sobre o assunto "finanças", antes de darem o nó
O dinheiro é um tópico sensível para muitas pessoas, por isso pode não ser fácil para si falar sobre a sua situação financeira com o seu noivo. Seja como for,
é importante que puxe o assunto "finanças" antes de se casarem. Ambos têm de estar preparados para o estilo de vida que vão (ou não) poder ter. "Há muitos casais não fazem ideia da situação financeira do noivo/a, o que pode levar a surpresas desagradáveis no momento que juntarem o dinheiro", alerta Edelman.
O ideal é começarem por comparar ordenados, prémios, comissões, etc. Depois digam se têm empréstimos por saldar. Todos os pequenos detalhes que tenham a ver com dinheiro devem ser ditos ao outro.
É imperativo que você saiba com quem está a casar e vice-versa.
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2. Estarem formatados como se fossem um só
Já sente como se você e o seu futuro marido fossem um só? Antes de abrir uma conta bancária conjunta,
certifique-se de que ambos estão com a mesma intenção de colaborar para que esta cresça. Muitas vezes, não funciona quando os recém-casados preferem creditar dinheiro nas suas contas bancárias pessoais primeiro, e só depois é que colocam na conta conjunta (e se puderem), explica o especialista.
"Esta situação transforma-se numa batalha de território sobre quem deveria estar a contribuir mais".
Em vez disso,
o ideal é juntar todos os seus rendimentos com os do seu cônjuge para a conta conjunta, depois estipular um valor semanal que podem tirar para gastar. Dito isto, não há nada de errado em manter a sua própria conta, mas esta, sim, é que deve ter uma importância secundária. Pense que a vossa conta conjunta deve funcionar como
um pote de dinheiro, onde depositam todo o vosso salário. E é a partir dela que devem fazer os pagamentos das contas da luz, água... etc. Se decidir por uma conta conjunta,
tem de deixar de pensar de forma individualista, passando a pensar em conjunto.
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3. Estabelecerem metas financeiras em conjunto
Se você e o seu marido tiverem os mesmos objetivos financeiros, será mais fácil alcançá-los em conjunto. Por exemplo,
se pretendem comprar casa ou fazer um pé-de-meia para a velhice. Para começar, é muito mais fácil não perder o fio à meada, se tiverem apenas uma conta para gerir. Assim, os dois conseguem ver o quanto já juntaram e o quanto podem gastar. Tudo o que é feito em conjunto acaba por ser mais bem-sucedido,
porque um dá força ao outro para não esmorecer e ir tentando sempre chegar ao objetivo. Imagine que querem fazer uma
grande viagem no fim do ano. Quanto mais dinheiro juntarem, mais facilmente conseguirão ir. Então, o seu marido vai motivá-la a ganhar aquele prémio trimestral que você tanto quer.
O apoio psicológico, nestes casos, é precioso. Sem falar que é muito mais motivante lutar por algo que já se sabe que é para usufruir com o amor das nossas vidas.
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... E como tudo tem um revés da moeda, deve pôr a ideia da conta conjunta de parte se:
1. Existirem grandes diferenças na forma como os dois lidam com o dinheiro
O dinheiro já é uma fonte de tensão para muitos casais. Agora, se cada vez que mexer na vossa conta,
der origem a discussão, então é porque
o melhor era cada um manter a sua conta pessoal. Se mesmo assim, ainda não quiser desistir da conta, peça ajuda a um consultor financeiro... Mas repetimos, no fundo, o melhor é cada um por si.
Depois, dividem as contas da casa entre os dois e pronto!
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2. Tiverem rendimentos/bens bastante díspares
Propriedades, heranças, ações, títulos - você levará todos esses ativos para o seu casamento? E o Manel só tem o salário? Então,
fará mais sentido manter o que tiver em separado, diz Edelman. Pode parecer mal, mas nunca se sabe o futuro... Ao fazê-lo, protege os seus bens, em caso de imprevisto. Imagine que o seu marido é processado e tem de pagar uma quantia astronómica. Aí, o seu património começaria logo a ser delapidado.
Você também deve ser especialmente cautelosa, se partilhar ativos com outros membros da família ou parceiros de negócios. Em primeiro lugar, diga-lhes que pretende fundir as suas finanças com o seu marido, para não os apanhar de surpresa. Depois, peça aconselhamento a mediadores financeiros e outros especialistas, para que ninguém seja "apanhado na esquina".
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Esperamos que este artigo tenha sido esclarecedor e que você já tenha tomado a sua decisão!
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