Zankyou:
Hoje contamos com uma convidada muito especial, ela é a Maria das Palavras autora do Blog com o mesmo nome e tal e como ela menciona, escrever para a Zankyou é algo que nunca pensou, já que a sua experiência em casamento, limita-se ao lugar de convidada!! Mas a Maria aceitou o nosso desafio para contar-nos certas situações desde este ponto de vista, à sua maneira e com o seu tom, porque afinal, as convidadas e o seu bem-estar são uma grande parte do bolo, num casamento. Apresentações feitas, deixo-vos com a Maria, ela é diferente e especial!
Ser convidada de um casamento nem sempre é coisa fácil. Sobretudo quando se é uma mulher em idade casadoira – se bem que com 29 aninhos, diria a minha avó: que estou mais em idade de ter dois filhos nos braços que - ainda - de me casar. Já lhe expliquei que isso já não é bem assim! Como podem ver neste artigo da Zankyou sobre casar depois dos 40.
It's all AboutPois dizia eu, que ser uma mulher em idade casadoira no casamento de outrem pode ser um verdadeiro "pickle" – aportuguesando a expressão inglesa, que traduz um sonoro uh-oh. Se estás acompanhada, não interessa se numa relação de dois meses ou dois anos - ou duas décadas - vais passar a vida a responder: quando é que é a tua vez? O meu conselho é:
- Escolhe a tua resposta favorita: ainda é cedo para pensar nisso / daqui a uns tempos / não está nos nossos planos / não sei porque pergunta, já que não vai ser convidada. - Riscar o que não serve!
- Faz um ficheiro de voz no telemóvel onde, com tom radiofónico – jingle opcional – ditas a resposta seleccionada, com maior ou menor grau de explicação.
- Sempre que alguém te chatear com essa pergunta, é só premires o play!
Se não estás acompanhada, e pondo de parte o flagelo dos noivos te tentarem impingir do nada, os seus amigos solteiros, - que já têm a cara torta de tanto álcool que ingeriram - é provável que a pergunta seja exactamente a mesma: quando é que é a tua vez? Pode calhar que até estejas de bem com isso e não te faça impressão, ou pode calhar que de cada vez que te – tu já a sentir-te sobejamente sozinha entre tantos casais amigos – estejam a pisotear a tua miséria - o homem ideal aparece muitas vezes sem um bom timing no que diz respeito à tua agenda social.
Com maior ou menor graça e subtileza, conseguimos esquivar-nos das situações mais incómodas e divertir-nos mais do que q.b. até chegar "O" momento. O temido momento do lançamento do bouquet. A noiva toda contente, lança o ramo de flores para um molho de amigas solteiras e, segundo a tradição, quem o apanha é a próxima a casar. E eu espero honestamente que para os noivos e restantes convidados (os que já estão casados) isto seja um banquete de diversão. Porque sabem para quem não é? Para os solteiros.
Pedro Filipe FotografiaElas, encolhidas, a recuar cada vez mais, sabendo que é só uma tonta-e-gira de uma tradição, mas não querendo, em todo o caso, tornar-se centro das atenções naquele contexto. Começam a dois metros da noiva, acabam no outro lado da salão, sempre a esconderem-se atrás umas das outras, num ciclo contínuo e vicioso, semelhante à migração dos caranguejos. Eles, de nó na garganta - e já não é só o da gravata - a torcer para que não seja a sua potencial metade da laranja, a ficar com as flores na mão e a assumir perante mais de uma centena de pessoas, aquilo que eles os dois ainda não querem assumir. Está bem que é brincadeira, mas...não se brinca com coisas sérias.
Pedro Filipe FotografiaRegra geral, nos últimos casamentos onde tenho ido, e onde sou uma das pelintras que recuam cada vez mais no grupo, o bouquet cai no chão. O que é feio, pois é, mas nesse momento as solteiras já estão a pensar só na sua imagem e não no que a noiva gostaria - depois voltamos ao normal, juro, são só uns minutos de pânico.
Efeito EspontâneoPortanto o meu conselho para as noivas - ó-pra-mim a aconselhar noiva - é que façam aquela coisa da roda, em que as solteiras vão dançando à volta da noiva de mãos dadas, param quando para a música e a noiva - que esteve sempre de olhos fechados - dá também uma voltinha e estende o bouquet para uma das amigas – consta que também há uma opção com fitinhas que a noiva vai cortando e me parece aceitável.
Pedro Filipe FotografiaA solteira visada vai corar dos pés à cabeça na mesma. Se estiver lá acompanhada, o seu rapaz vai engolir em seco na mesma. Mas escusa-mo-nos todos ao sofrimento visível da dança de pânico! E o bouquet não cai no chão, é entregue das mãos firmes da noiva, sem perder pétalas.
It's all AboutNota para o leitor: Nenhuma das crónicas da Maria das Palavras deve ser levada demasiado a sério! Ela própria não se leva assim tão a sério - apesar de estar agora a escrever na terceira pessoa, como se fosse importante. Outros exemplos da sua ironia e exageros palermas - mas também, sem que o queira admitir, das suas lamechices e reflexões mais sérias - no seu Blog (ver perfil).
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